Saturday, August 27, 2016

Rudy Van Gelder 1924 - 2016



By Felix Contreras

Rudy Van Gelder, an audio recording engineer who captured the sounds of many of jazz's landmark albums, died Thursday morning in his sleep. He was at his home studio in New Jersey, according to Maureen Sickler, his assistant engineer. He was 91.
Van Gelder's work is heard on hundreds of albums, on record labels like Blue Note, Prestige, Savoy and Impulse, featuring the likes of Miles Davis and John Coltrane, Art Blakey and Thelonious Monk, Duke Ellington and Count Basie, Sonny Rollins and Wayne Shorter. His contribution to jazz was twisting knobs and setting microphones, but it proved vitally important. For more than six decades, Van Gelder's innovative approach to recording created a trademark sound that many call definitive. As a result, he became the go-to guy for musicians looking to accurately capture their unique sound identities on record.
Van Gelder started by recording his high-school friends in his parents' living room in Hackensack, N.J., in the 1940s. Those early sessions turned into a side career in audio recording — by day, he was a practicing optometrist — which turned into a full-time occupation.
He was not a producer with artistic control, but as a technician, Van Gelder handled every aspect of the recording process from setup to mastering. He was notoriously secretive about his techniques, though part of his method involved how he placed each instrument in its own sonic space. That allowed for the subtleties and dynamics of the ways musicians manipulated the brass and wood of acoustic instruments.
In a 1993 interview with NPR, Van Gelder explained the motivation for his meticulous approach to studio recording.
"What we're doing is important," he said. "As opposed, for example, to a club date where a musician goes and couple hundred people are going to hear what he played that night. If he's making a record, even if it's not a very successful record, thousands of people ultimately are going to hear it. And I consider that important."
Saxophonist Sonny Rollins worked with Van Gelder on many sessions, including those which resulted in Saxophone Colossus, A Night At The Village Vanguard (a live remote recording) and Thelonious Monk and Sonny Rollins. On the phone at his home, he remembered Van Gelder as "very much an artist" whose talent allowed musicians to focus on doing their jobs.
"It wasn't the days when ... everybody comes by and listens in the booth and sees how it sounds," Rollins said. "No, no — if we did it, we knew [the recording] would be impeccable, and perfect. And so we came in, did our recordings, and we left. Next thing, record comes out with superb sound. Hey, well, that's Rudy. Rudy was the engineer."
In 1959, after he had already recorded the aforementioned Rollins albums and hundreds of others, Van Gelder moved from his parents' living room to a custom-built recording studio in nearby Englewood Cliffs, N.J. It had nine-foot-high cathedral ceilings, appropriate for a space that would become a shrine for jazz musicians.
Rudy Van Gelder took pains to credit the performers who created the sounds, as well as the producers who chose his studio to document that work. Still, they kept choosing his studio.
"We get albums that sound the way they want them to sound," Van Gelder said in 1993. "The rest of it can all be very difficult — including me, personally and any other way. But I try to make sure that nothing leaves here that is not flattering to the musician and that is not what the musician wants. When they tell me that they like what they hear, what comes out of here, then that's my reward."
As he entered his 70s, Van Gelder helped Blue Note and Prestige take his original analog recordings into the digital age by remastering them. Don Sickler, a musician who is married to Van Gelder's assistant Maureen Sickler, says Van Gelder was working on a mix just last week. When he died, he was just down the hall from his beloved studio.

Sunday, September 15, 2013

RAY DOLBY 1933 - 2013




By Reuters in San Francisco at theguardian.com
Friday 13 September 2013

Ray Dolby, the engineer who pioneered the noise reduction in audio recordings that produced clearer sound for music and cinema, died on Thursday. He was 80.
Dolby, whose name became synonymous with home sound systems and cinema, and won an Oscar, a Grammy and two Emmys for his work, died at his home in San Francisco, said the company he founded, Dolby Laboratories Inc.
Dolby had been suffering from Alzheimer's disease in recent years and had been diagnosed with leukemia in July.
"Though he was an engineer at heart, my father's achievements in technology grew out of a love of music and the arts," Dolby's son, novelist Tom Dolby, said in a statement.
"He brought his appreciation of the artistic process to all of his work in film and audio recording."
Dolby was born in Portland, Oregon, and grew up in the San Francisco area. He began his career in the audio and visual recording fields by helping to develop a videotape recording system for the Ampex Corporation in the 1950s.
He went on to complete his PhD at Cambridge University in the UK and in 1965 founded Dolby Laboratories in London. It was initially best known for his work in noise reduction of audio recordings and surround sound.
Dolby moved his company to San Francisco in 1976 and in 1989 was awarded an Oscar for his contributions to cinema, a prize he shared with Dolby executive Ioan Allen.
Dolby also was given music's Grammy award 1995 and Emmys for his television work in 1989 and 2005.
He is survived by his wife, Dagmar, and two sons.

Friday, February 1, 2013

O SOM DO GEORGE MAGALHÃES





By Alfred Huntchcock*

Sala comprida e estreita, em formato da lâmina de faca de açogueiro. A relação entre seu comprimento e sua largura corresponde, aproximadamente, à metade final da lâmina. A ponta desta fica no fundo da sala. Três poltronas alinhadas lado a lado, sendo a central reclinável e com um apoio, retirável, para os pés, pois nada deve existir entre as caixas e os ouvidos de quem escuta o som.
A mesa alta, com cadeiras, fica atrás das poltronas. Pode-se dizer que quase todas as superfícies da sala são recobertas a guisa de tratamento do som do ambiente. No geral, o que se ouve vem, em grande medida, das caixas, pois os sons indiretos são quase todos absorvidos pelo ambiente. Assim, a “ambiência” fica mesmo por conta do que existe na gravação (como deve ser). Não se trata, no entanto, de uma câmara anecóica, mind you.
Perto do fundo da sala (à frente da ponta do sabre) existem três volumes aproximadamente do tamanho de um colchão de solteiro espesso, dispostos verticalmente. GM nos falou que foi construído por ele e, pelo que entendi, domou uma determinada frequência que teimava em se exacerbar. Talvez funcionem como o que existe no mercado americano chamado de “tube trap”, que, em geral, são cilíndricos e engolem os graves que insistem em transbordar. Uma nota à margem: o tratamento acústico não é simétrico, pois as laterais não são iguais. Assim, uma caixa tem, a seu lado, uma parede que vai fechando até formar uma ponta com a outra lateral que segue sempre reta. Esta última tem a outra caixa em suas proximidades.
Essa questão do grave é a mais complexa e dá muito trabalho para ser resolvida. GM parece te-la resolvido, pois escuta-se seu som como se fosse num fone de ouvido, ou seja: direto do produtor para o consumidor. Ainda, todos os cantos vivos (exceto o formado pelo piso e paredes) são eliminados, através da aplicação de painéis que formam túneis de seção triangular com a junção parede-teto, estes ficando fora de ação, pois o som é absorvido pelo painel que dá para o ambiente. Trata-se de um tratamento clássico que se deve fazer em salas dedicadas a som.
Existem muitas reentrâncias e saliências e, como deve ser, há um equilíbrio entre absorção e difusão de som, embora a posição de audição possa ser considerada “nearfield”, ou seja: fica-se muito próximo das caixas, o que minimiza o efeito das difusões e faz com que se ouça quase como num headphone.
Para que se possa ouvir tão de perto, é necessário que os falantes das caixas estejam agrupados bem próximos uns dos outros, ou que haja possibilidade de movê-los como nas caixas Wilson. A caixa lá existente (marca Tidal, alemã, de US$ 28,5 K, com dois drivers de 7.0”revestidos de cerâmica negra e um tweeter de diamante de 1,2”) tem os falantes bem próximos entre si, de modo que o “blending” ocorre na frente da posição de audição. Deve ser do tipo 2,5 vias, o que significa dizer que os falantes de 7,0” têm cortes de frequência diferentes um do outro. Nesse caso, a transição para o tweeter é feita por apenas um deles. Altura aproximada de 1,2m, sendo mais estreita do que profunda e apresenta o baffle inclinado para “alinhar” o som dos falantes.
Iluminação adequada para audições cerebrais, pois, sendo muito atenuada, proporciona que a atenção fique mesmo fixada naquilo que sai dos transdutores. Pelo que andei investigando, as caixas são o modelo Piano Diacera. Apoiam-se sobre duas barras em aço inoxidável, estas ampliando a base de apoio das caixas, pois avançam lateralmente, sendo dotadas de spikes.
Os amplificadores são do tipo monobloco (monoaurais) e ladeiam o rack que recebe apenas o CD player (da marca Esoteric, que é a marca de luxo da Teac. É como se fosse o Lexus da Toyota) e o pré-amplificador. Pré e Power são de fabricação Audiopax (modelo Maggiore M 100), empresa brasileira fundada e, até recentemente, conduzida tecnicamente pelo grande projetista (de fama mundial, nos melhores círculos de áudio) Eduardo Lima, que, infelizmente, foi traído por um infarto fatal, no final do ano passado. Os powers são valvulados, do tipo single ended, que, conforme implementado pelo EL, dispõe de todas as virtudes dessa espécie, sem, no entanto, apresentar suas limitações (geralmente pouca potência e insuficiente extensão nas pontas do espectro sonoro). (Além disso, apresenta distorção fixa, não variando na medida de sua solicitação). Dessa forma, exibe, então, a qualidade principal desse tipo de circuito: a melhor expressão do coração de qualquer música, qual seja: médios gloriosos, dificilmente igualados por outros tipos de amplificação, em 100 watts de potência (cada). O acabamento não fica a dever a quase nada que possa existir comercialmente. São muito bem acabados.
Resumindo, temos o seguinte: amplificação valvular da melhor estirpe, top flight CD player, caixas equilibradíssimas, tudo embalado numa sala super tratada. Ah, mais uma: os cabos das caixas são de fabricação artesanal, alemã. O fabricante faz questão que o interessado o compare com o que quiser, antes de comprá-los e só faz o negócio após mostrar que eles batem qualquer um! Infelizmente, vou ficar devendo a marca, pois não me lembro e nem mesmo sei se seu fabricante se preocupou em registrar uma... Os cabos que lá estavam trabalham suspensos do chão, apoiados em suportes próprios (provavelmente cerâmicos).
GM ofereceu ao Marcílio três marcas diferentes de uísque, sendo um japonês e dois escoceses. O pior deles era um Johnny Walker Green Label. Meu “cervejismo” foi atendido pela Pilsner Urquell, fabricada na Eslováquia, sendo tida como uma das melhores cervejas comerciais do mundo, senão a melhor. GM considera a melhor uma fabricada no Japão, mas não é aquela que alguns por aqui conhecem. Não sei qual é a marca. Fiquei curioso e dei uma provadinha no uísque japonês antes de enveredar pela cerveja... Quanto ao ranqueamento dos uísques, o Marcílio sabe mais do que eu...
O som? Não vi defeito. Tá bom, ou querem mais?
Bem, fora de brincadeira, agora. Não foi o melhor agudo, nem o melhor médio, nem o melhor grave que, tomados isoladamente já ouvi. No entanto, em se tratando de transdutores cônicos, o médio que ouvi é uma parada. No entanto, o som, tomado em sua inteireza, é um dos mais reais que já escutei. Se eu quiser por algum defeito, falo que os graves poderiam ser mais profundos. Mas essa é apenas uma impossibilidade física, vez que a configuração da caixa não permitiria isso sem a ajuda de alguma equalização. Ou seja, a proposta é mesmo chegar em 30 hz, o que, para muitos é o que basta. Mas eu sou um pouco bass-freak. Daí...
No mais, um recorte perfeito, uma separação excelente, um som líquido, apurado, bem acabado, “lisinho” e o chamado “palco sonoro”, quando existente na gravação, se apresenta em todo o seu esplendor. Excelente microdinâmica e uma macrodinâmica mais do que boa, condizente com conjunto que ouvimos. (Mais uma vez, a física limita esse aspecto)... No final, é como se tivéssemos ouvindo um bookshelf speaker turbinado.
Ouvimos vários CD’s picados, pois estávamos atrás de ouvir o som, não, propriamente, curtir música. Assim, saiu quase de tudo (exceto lambada, sertanejo universitário, jovem guarda e afins). Curtimos pequenos grupos, vozes masculinas, femininas, pianos (claro), baixo acústico e voz, guitarra flamenca, sanfona, bandoneon, orquestra, etc. O som se apresentava muito livre da “digititis” que faz tantos procurarem o vinil. Fico pensando: o que faltava ali que muitos procuram no vinil? Não sei, não sei mesmo... Será que procuram a verdade? Ou será que, em meio a tantos tweeks que se podem fazer nos conjuntos analógicos baseados em toca-discos, buscam outra “verdade”, deles, bem particular?...
Excelente conjunto sala-sistema de som. Seguramente, um dos melhores que já ouvi e, desconfio, o mais acertado da cidade...
Quem morar ou estiver em Fortaleza, gostar de som e puder ouvi-lo, não deve perder a chance...
P.S:
Conheci Eduardo Lima num dos primeiros shows do Fernando Andretti. Naquele show (numa casa fabulosa que seria palco de uma invasão da PF no show subsequente), ele apresentou um pequeno amplificador (não me recordo se integrado), com umas pequenas caixas, numa sala pequeníssima. Já ali, me impressionou.
Pessoa extremamente simpática, afável e simples, como convém mesmo aos verdadeiramente gênios. Infelizmente, foi retirado de nossa convivência aos 54 anos de idade.
A Audiopax, para quem não sabe, é uma espécie de Embraer do som, ainda precisada do reconhecimento mundial desta. Com a falta do Eduardo, não sei o que será dela. O que se sabe é que existiam vários projetos dele já concluídos e que, conforme GM nos falou, seu filho está na empresa e tem a mesma estirpe de seu pai.
A ver...

Sunday, April 3, 2011

SHOULD ART TAKE THE PLACE OF INFORMATION ?

by Alfred Huntchcock*

I’ve been an avid jazz listener since my early teens. In those days, canned music employed vinyl records and these used to be enclosed in large cardboard wrappings which had ample space to receive written information. Some of them were truly works of art and are, today, treasured by collectors.
In spite of it, on the back covers, all necessary information were found, so that the musical content was properly listed, numbered and one could know the extension of each tune. The art – many times of highest caliber – never interfered with information, as much as this one never bothered the cover artistry.
Time has changed and CD took the place of vinyl (mostly). Now the front cover of their jewel cases were substantially smaller. The front art had to be happy with only some 16% of the space of yore.
To offset this, the producers increased the allowed space by inserting multiple pages in the booklets of the plastic cases. Since then, it has solved the problem… if the subject is… classical music!
We, jazz listeners, who are always striving to know all about the performers (as it should be, as jazz is mainly a product from them) don’t have received the same treatment: many, many times, the art mixes with the information just to make it less clear, sometimes on the verge of making it unreadable! Aficionados like me, who are not teenagers anymore and, so, are kinda shortsighted, have all the difficulties in the world to distinguish a black letter in a dark blue background, or to read a multicolored written word made this way to help (help?) the reader, as it is foreground to a colorful mixed scenery.
Please, graphic artists: don’t do that. Remember that jazz listening isn’t exactly a children hobby an the lettering of CD’s booklets HAS to be small. Don’t make it even more difficult for us! (And, please, if possible, don’t forget to number the songs and specify how long each one lasts…)
We – the short sighted – will ever be grateful…

Saturday, April 2, 2011

ODYSSEY AUDIO



by Alfred Huntchcock*
http://www.odysseyaudio.com/
A great percentage of domestic music reproductive systems are grossly implemented, producing only a small amount of their capabilities. As a result, their owners, unhappy, start out never ending processes of changing components. Each “increment“, very often, represents much more a waste of money than any real improvement in sound. In fact, a reproductive music system, to be great, depends much more on how it was assembled, as opposed to how much money was spent in the process.
Energy quality to begin with: there’s no great song in the absence of decent energy, no matter how much cost its respective electronics. Faulty energy is socialist: no matter its origin, the amount of money spent to acquire it, its importance or fame; your equipment will sound thin, disembodied, lifeless, and shallow. So, never take energy for granted. Go to as far as possible to get it right.
You can begin with by throwing away each and every general purpose power cables you have. It’s nothing short of extraordinary the improvement a good power cord can do, and, as a general rule, the heavier, the better. You can spend from 50 to 2.000 bucks in a single cable and, accordingly to which and how assembled your equipments are, the amount can represent a real bargain in view of the improvements it brings.

Wednesday, January 19, 2011

The Trouble With Vinyl

THE TROUBLE WITH VINYL

By Alfred Huntchcock (*)

They are prone to wear; to play the adjacent outside groove at the same time; to store the same information in varying densities as the cartridges moves toward its center; to endure the ever changing amount of elliptic stylus contact as the playing progress; to change its voice according to variables like stylus pressure, angle and leveling; to tick and pops; to the idiosyncrasies of different arm-cartridge combinations; to the rising treble response of many a moving coils; to…
But vinyl is nirvana and has been challenging the “zeros” and “ones” for a long time, no matter all the progress these “digitities” have achieved. Today, in this domain, we have a palette that can go from 14/44 to 24 by more than 780Khz; vanishing jitter; flabbergasting bass frequencies; staggering silence surrounding the music; impressive dynamics; fantastic lab measurements (as opposed to very poor vinyl numbers), all with unquestionable consequences “in the field”.
On the other side, the turntable-arm-cartridge combo has survived at the cost of minor evolutionary improvements which do not make all that more different from the best machines which were manufactured thirty years ago, no matter how striking it looks or weights. The technology is ancient and so remains to these days.
Nevertheless, its sound can be seductive and can be tailored to ones taste through a myriad of combinations that its user can do: there is a plethora of arms which can be combined with a not less quantity of cartridges and these two can be infinitely set to work according to his taste. Then he has a million types of connecting wires and preamplifiers to choose from.
At the end of all this sometimes amusing task, he gets a sound indeed pleasing, but I ask: is it true to the source? Is it real, or is it more like a charming mermaid with bewitching powers?
High-fi means great fidelity to the source. And, as far as I know, analog superiority, in the recording studios (where it all begins), is more a myth than a fact. No wonder so many master tapes intended to produce analog records (i.e. long-plays) have been made with the help of some digital mastering.
What do you think of this?
(*)a.k.a Mr.Claudio Botelho